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Comentário da 20ª rodada da serie "A"


Fossem outros os tempos a goleada da Portuguesa sobre o Palmeiras (3 a 0), no Canindé, provocaria reação imediata dos cartolas palmeirenses: o técnico e seus auxiliares, vários jogadores e todos ligados à vexatória campanha no Campeonato Brasileiro- com a possibilidade cada vez mais assustadora de trágica queda para a Segundona- teriam de se explicar.
E muito.
Caso não conseguissem, providências radicais seriam tomadas. Como nos velhos tempos.
Que não se tirem os méritos da Portuguesa. Foi a melhor equipe em campo, muito bem dirigida pelo técnico Geninho e que teve no veloz Ananias- o melhor em campo- e no oportunista Bruno Mineiro (autor de dois gols de cabeça) as suas maiores expressões, em uma equipe que tem como única estrela, o ex- aposentado goleiro Dida. Que, aliás. Teve pouco trabalho.
O que espanta no Palmeiras, além da falta de um elenco mais qualificado, é sua falta de reação diante do perigo como também a inexistência de um padrão tático que lembre o de um time grande. O que não funciona em um Campeonato por pontos corridos, podendo obter algum êxito eventual, como na conquista da Copa do Brasil, onde a raça muitas vezes supera a técnica.
Ah, e ainda mais contando com a bola parada de Marcos Assunção. Creio que sem Assunção, recuperando-se agora de cirurgia no joelho direito, o Palmeiras não teria escapado do rebaixamento já no ano passado e nem teria conquistado o direito de disputar a Libertadores, após vencer a Copa do Brasil.
E pode um time com a tradição de um Palmeiras depender apenas de Marcos Assunção para não dar vexames seguidos? Afinal, se, por exemplo, a bola chegasse mais para Barcos...
Não, não pode. Mas como nestes novos tempos a percepção é outra, meu palpite é que tudo continuará como está, sem cobranças e nenhuma atitude mais firme, com o conformismo de seguir o calvário e, acompanhar, sem mais nem menos, o triste caminhar para o precipício. Ou, no popular, “a vaca ir para o brejo”.
Grêmio e Vasco
Meus amigos, é incrível compararmos o Vasco de 4 meses atrás com o time de hoje.
Em maio, um Vasco fazia um campeonato promissor. Em junho, o Vasco fazia um grande campeonato. Em julho, o Vasco fazia um campeonato brilhante. Em agosto, a coisa desandou para o Gigante da Colina, que passou a fazer um campeonato decadente.
A queda de rendimento do Vasco neste mês é evidente. E, acima de tudo, explicável. Depois de perder Fágner, Allan, Rômulo e Diego Souza negociados, o clube ainda viu, de quebra, seus principais jogadores entrarem em má fase. O resultado não poderia ser outro senão uma péssima seqüência de maus resultados.
Ontem, contra um Grêmio copeiro, em Porto Alegre, pôde se ver o retrato perfeito desse novo Vasco. Desfigurado. Sem padrão de jogo, sem alternativas, sem nenhum brilho. E derrotado. Como nos últimos dois jogos. Desta vez, o time não conseguiu sequer fazer um gol de honra. Jogou mal mais uma vez e só buscou o resultado na base do abafa. Sem sucesso.
Os problemas do Vasco extracampo se refletem diretamente no desempenho do time dentro das quatro linhas. Pois é impossível para uma equipe não sentir a falta de quatro titulares negociados. E de outros contundidos, suspensos, ou simplesmente, em má fase. É isso que acontece com o Vasco nas últimas semanas. O time não se encontra sem Fágner, Diego Souza, Allan, Rômulo, Éder Luís...Felipe erra passes que nunca errou. Juninho não consegue emplacar regularidade.
E o pior: não houve reposição. A diretoria contratou mal, repôs mal e deixou a pedra para Cristóvão Borges tirar leite. A torcida vaia, chama o treinador de burro, critica o goleiro que não atravessa bom momento e falha constantemente, mas no fundo sabe o que falta para o Vasco reagir no campeonato: elenco. Hoje, o time não tem elenco.
CORINTHIANS  E  SURPRESAS
E quase que o Corinthians consegue vencer o Fluminense, no Rio. Saiu na frente com o gol de Émerson “Sheik”, armou forte poder de marcação e só permitiu o gol de empate, marcado pelo artilheiro Fred (Wellington Nem estava impedido no lance, Fred não), quase no fim da partida.
Considero bom o resultado para o Corinthians (que está pensando mais é no Mundial) e nem tanto para o Flu, que deixou escapar a chance de ultrapassar o Galo, pois o Atlético Mineiro foi surpreendido pela Ponte Preta ao empatar, em casa, por 2 a 2.
Nenhuma surpresa, no entanto, foi comparável à do Bahia que, de virada, venceu o Santos de Neymar, na Vila Belmiro, por 3 a 1, afastando-se ainda mais da zona de rebaixamento, mostrando que foi saudável a troca de técnicos (Caio Júnior por Jorginho), em medida que pareceu mexer com o ânimo dos jogadores.
Normais foram as vitórias do Coritiba, 1 a 0 sobre o Inter, merecendo destaque o triunfo do Cruzeiro frente ao Atlético Goianinense (2 a 0) como a virada do Náutico em cima do Figueirense, vencendo por 3 a 2 depois de ter levado dois gols.
E assim caminha o Campeonato.

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