Fossem outros os tempos a goleada da Portuguesa sobre o
Palmeiras (3 a 0), no Canindé, provocaria reação imediata dos cartolas
palmeirenses: o técnico e seus auxiliares, vários jogadores e todos ligados à
vexatória campanha no Campeonato Brasileiro- com a possibilidade cada vez mais
assustadora de trágica queda para a Segundona- teriam de se explicar.
E muito.
Caso não conseguissem, providências radicais seriam tomadas.
Como nos velhos tempos.
Que não se tirem os méritos da Portuguesa. Foi a melhor
equipe em campo, muito bem dirigida pelo técnico Geninho e que teve no veloz
Ananias- o melhor em campo- e no oportunista Bruno Mineiro (autor de dois gols
de cabeça) as suas maiores expressões, em uma equipe que tem como única
estrela, o ex- aposentado goleiro Dida. Que, aliás. Teve pouco trabalho.
O que espanta no Palmeiras, além da falta de um elenco mais
qualificado, é sua falta de reação diante do perigo como também a inexistência
de um padrão tático que lembre o de um time grande. O que não funciona em um
Campeonato por pontos corridos, podendo obter algum êxito eventual, como na
conquista da Copa do Brasil, onde a raça muitas vezes supera a técnica.
Ah, e ainda mais contando com a bola parada de Marcos
Assunção. Creio que sem Assunção, recuperando-se agora de cirurgia no joelho
direito, o Palmeiras não teria escapado do rebaixamento já no ano passado e nem
teria conquistado o direito de disputar a Libertadores, após vencer a Copa do
Brasil.
E pode um time com a tradição de um Palmeiras depender apenas
de Marcos Assunção para não dar vexames seguidos? Afinal, se, por exemplo, a
bola chegasse mais para Barcos...
Não, não pode. Mas como nestes novos tempos a percepção é
outra, meu palpite é que tudo continuará como está, sem cobranças e nenhuma
atitude mais firme, com o conformismo de seguir o calvário e, acompanhar, sem
mais nem menos, o triste caminhar para o precipício. Ou, no popular, “a vaca ir
para o brejo”.
Grêmio e Vasco
Meus amigos, é incrível compararmos o Vasco de 4 meses atrás
com o time de hoje.
Em maio, um Vasco fazia um campeonato
promissor. Em junho, o Vasco fazia
um grande campeonato. Em julho, o
Vasco fazia um campeonato brilhante. Em
agosto, a coisa desandou para o Gigante da Colina, que passou a fazer um
campeonato decadente.
A queda de rendimento do Vasco neste mês é evidente. E, acima
de tudo, explicável. Depois de perder Fágner, Allan, Rômulo e Diego Souza
negociados, o clube ainda viu, de quebra, seus principais jogadores entrarem em
má fase. O resultado não poderia ser outro senão uma péssima seqüência de maus
resultados.
Ontem, contra um Grêmio copeiro, em Porto
Alegre, pôde se ver o retrato perfeito desse novo Vasco. Desfigurado. Sem
padrão de jogo, sem alternativas, sem nenhum brilho. E derrotado. Como nos
últimos dois jogos. Desta vez, o time não conseguiu sequer fazer um gol de
honra. Jogou mal mais uma vez e só buscou o resultado na base do abafa. Sem
sucesso.
Os problemas do Vasco extracampo se refletem
diretamente no desempenho do time dentro das quatro linhas. Pois é impossível
para uma equipe não sentir a falta de quatro titulares negociados. E de outros
contundidos, suspensos, ou simplesmente, em má fase. É isso que acontece com o
Vasco nas últimas semanas. O time não se encontra sem Fágner, Diego Souza,
Allan, Rômulo, Éder Luís...Felipe erra passes que nunca errou. Juninho não
consegue emplacar regularidade.
E o pior: não houve reposição. A diretoria
contratou mal, repôs mal e deixou a pedra para Cristóvão Borges tirar leite. A
torcida vaia, chama o treinador de burro, critica o goleiro que não atravessa
bom momento e falha constantemente, mas no fundo sabe o que falta para o Vasco
reagir no campeonato: elenco. Hoje, o time não tem elenco.
CORINTHIANS E
SURPRESAS
E quase que o Corinthians consegue vencer o Fluminense, no
Rio. Saiu na frente com o gol de Émerson “Sheik”, armou forte poder de marcação
e só permitiu o gol de empate, marcado pelo artilheiro Fred (Wellington Nem
estava impedido no lance, Fred não), quase no fim da partida.
Considero bom o resultado para o Corinthians (que está
pensando mais é no Mundial) e nem tanto para o Flu, que deixou escapar a chance
de ultrapassar o Galo, pois o Atlético Mineiro foi surpreendido pela Ponte
Preta ao empatar, em casa, por 2 a 2.
Nenhuma surpresa, no entanto, foi comparável à do Bahia que,
de virada, venceu o Santos de Neymar, na Vila Belmiro, por 3 a 1, afastando-se
ainda mais da zona de rebaixamento, mostrando que foi saudável a troca de
técnicos (Caio Júnior por Jorginho), em medida que pareceu mexer com o ânimo
dos jogadores.
Normais foram as vitórias do Coritiba, 1 a 0 sobre o Inter, merecendo
destaque o triunfo do Cruzeiro frente ao Atlético Goianinense (2 a 0) como a
virada do Náutico em cima do Figueirense, vencendo por 3 a 2 depois de ter
levado dois gols.
E assim caminha o Campeonato.
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