Pular para o conteúdo principal

Ouça a 100.3 FM

Brasil decepciona na estréia

O Brasil foi mal contra a Venezuela. É claro que vale analisar o jogo, mas é cedo para tirar qualquer conclusão. Esta é a primeira competição da equipe de Mano Menezes. O time está em formação, precisa jogar e treinar muito para ganhar entrosamento. Alguns jogadores são novatos na Seleção. Jogar no clube é bem mais fácil. Vestir a amarelinha não é tão simples. Qualquer jogador sente a diferença.
Experiência na vida é fundamental.
No primeiro tempo o time mostrou velocidade. No segundo, foi um desastre.
O Brasil começou pressionando, mas demorou para criar a primeira grande oportunidade. Aos 27′, numa das raras jogadas ofensivas de Daniel Alves, Pato recebeu e mandou no travessão. Aos 31′, Ramires lançou, Pato dominou e bateu. Vega fez sua segunda defesa na partida. O atacante do Milan foi o melhor em campo, ao lado do Thiago Silva.
Os dois atletas do Milan mostraram que experiência na Europa e na Seleção faz muita diferença.
Apesar do toque de bola, faltava finlização. Levar meia hora para criar perigo contra a Venezuela, é complicado. Depois das duas chances com Pato, os venezuelanos criaram coragem e atacaram. Levaram dois contra-ataques. Aos 38′, Neymar colocou Robinho na cara do gol. O atacante bateu fraco. O zagueiro tirou com o ombro. Aos 45′, Ganso serviu Neymar. Foi a sua única oportunidade na partida.
Ganso e Neymar não jogaram bem. Normal, estão debutando na Seleção.
Assim como Pato e Thiago Silva, Ganso e Neymar têm tudo para jogarem a Copa de 2014. Isso se não tiverem contusão, claro. Precisam ganhar quilometragem e maturidade. Neymar exagerou nas firulas. Ganso foi tímido. É a sua segunda partida. Não encontrou sua posição, falta treino e confiança. Isso tudo vai se ajustando, com treinamento e vivência. Ser protagonista e líder de uma Seleção é tarefa difícil para garotos. Qualquer análise é precipitada. Acredito na dupla, mas obviamente falta experiência e rodagem, principalmente internacional.
O segundo tempo virou pelada. O pessoal abandonou esquema tático e Arango quase matou o jogo.
Independente do resultado, o time precisa melhorar. Paraguai e Equador são melhores que a Venezuela. Numa partida única nem sempre ganha o melhor, mas a tendência é baterem a Venezuela. E se isso acontecer, jogarão pelo empate contra o Brasil. Teoricamente, o Brasil pegou o mais fraco. Vamos aguardar, mas acho que os três se classificam para as quartas-de-final.
Depois deste tropeço, a pressão vai aumentar. Mais um, surgirão cornetas e fantasmas.
Em toda cornetagem existe sempre uma certeza. Depois do mau resultado, os “melhores jogadores”, ou os “melhores técnicos”, são aqueles que não atuaram. Na Seleção isso é histórico. Nem precisamos recuar muito no tempo. Em 2002, “faltava” Romário. Depois da conquista, esqueceram o “fantasma” do baixinho. Felipão virou gênio. Mas, se tivesse perdido….
Depois da derrota, quem ficou de fora vira gênio: “Ah, se ele estivesse lá ganharíamos fácil”.
Em 2010, “faltou” Ganso e Neymar. Pois é, hoje vimos que não é bem assim.
Para outros, “faltou” Ronaldinho. Daqui a pouco irão pedir Ronaldinho em 2014.
Se o time do Mano não fizer uma boa Copa América, surgirão os “fantasmas”.
E o primeiro da lista, com certeza, será: “Ah falta o Muricy !!!”
Não concordo com muitos convocados do Mano. Cada um tem suas preferências. Nunca existiu unanimidade em convocação, escalação e esquema tático da Seleção Brasileira. Mas isso não justifica o mau futebol.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tudo azul na campanha do Cruzeiro

Apenas uma tragédia futebolística tirará do Cruzeiro o título do Brasileirão 2013. Para que a meta não seja concretizada, o time mineiro teria de entrar em uma sequência negativa, algo pouco provável pela consistente campanha, baseada no futebol bem jogado pelos comandados de Marcelo Oliveira. Para ser ultrapassado pelo principal concorrente, o Grêmio, os cruzeirenses teriam de perder quatro jogos. Outro ponto improvável para quem foi derrotado apenas três vezes no torneio. Onze pontos separam o líder do segundo colocado. O Cruzeiro pode levantar a taça quatro ou cinco rodadas antes do encerramento do campeonato. O bom futebol coloca o time azul como virtual campeão nacional. A seriedade é o ponto alto da campanha vitoriosa. O jogo contra o Náutico é o exemplo clássico de que a Raposa não brinca em campo. Tudo está muito azul para o time que venceu 18 partidas, conquistou 59 pontos de 78 possíveis e tem 75% de aproveitamento.

Pouco futebol e tudo aberto na Copa do Brasil

Os Mosqueteiros corintianos e gremistas fizeram um começo de jogo, no Pacaembu (28.355 pagantes), pela Copa do Brasil, dispostos a matar ou morrer. Mataram o futebol que morreu num jogo de choques, trombadas, faltas sucessivas, num mata-mata suicida. Quando a bola começou a correr um pouco mais, quem assassinou as chances de gol foi o apitador, que impediu um gol de Guerrero num lance em que ele estava na mesma linha da zaga gaúcha. O primeiro tempo foi assim e para o segundo os paulistas voltaram com Ibson no lugar de Maldonado. A única boa notícia para os corintianos era a atuação acesa, como tempos não se via, de Emerson. O Grêmio, ao seu estilo, se defendia, mas era mais agudo quando atacava. Numa noite gelada na Paulicéia, Zé Roberto, Elano, Romarinho e Pato viravam sorvete no banco e a torcida, em menor número do que se esperava para o começo de uma decisão de quartas de final. Pato aqueceu e entrou no lugar de Guerrero, aos 15. O jogo tinha uma cara terrível d...

São Paulo desperdiça chance de sair da degola e vasco afunda ainda mais o Náutico

O São Paulo não fez um mau primeiro tempo, no Morumbi ( 33.738 pagantes), contra o Criciúma. Nem bom. Tanto que foi para o intervalo perdendo por 2 a 0. O Criciúma fez exatamente o que se propôs fazer. Fechado atrás com contra-ataque eficaz. Aos 22 minutos, o time catarinense se aproveitou de um pênalti infantil de Rodrigo Caio que Marcel converteu no meio do gol. Aí, com duas boas defesas, Galatto segurou a vantagem. E, aos 44, Lins puxou mais um contra-ataque, deu para Marcel e correu para o segundo poste, onde recebeu de volta e fuzilou mandando bola e Rogério Ceni para o fundo da rede: 2 a 0. O São Paulo voltou com Ganso no lugar de Jadson e com apoio da torcida. O tricolor pressionou, mas, desgastado pelo jogo anteontem no Recife, e ansioso em demasia para sair da ZR. Paulo Autuori ainda tirou Fabrício para pôr Lucas Evangelista em busca da virada, mas, aos 14 minutos, quem teve uma chance enorme foi Marcel, que cabeceou sem força na cara de Ceni e permitiu ...